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Foto do escritorDra. Thaísa Bramusse

Jejum intermitente ajuda a prevenir doenças


Muitas pessoas pensam no jejum intermitente como uma estratégia de emagrecimento. Mas, podemos dizer que isso é uma das boas consequências dessa prática.

Mais do que ajudar na perda de peso, o jejum intermitente tem sido associado à redução do risco de várias doenças, por melhorar o perfil metabólico do praticante.

Os estudos sobre o jejum intermitente ainda não são conclusivos. Mas já existem evidências científicas de que ele ajuda a reduzir a inflamação crônica subclínica e o estresse oxidativo, a otimizar o perfil glicêmico e lipídico, além de “resetar” o sistema imunológico.

Então, vamos entender melhor como o jejum age no corpo, quais doenças ele ajuda a prevenir e controlar. Siga a leitura!


Como jejum intermitente age no corpo

Quando comemos, o pâncreas libera insulina para transportar a glicose da corrente sanguínea para dentro das células, onde ela é quebrada para produzir energia. Após “alimentar” as células, o excedente é armazenado em forma de gordura.


A insulina é um hormônio que induz o estoque de gordura por essa razão, em um processo chamado lipogênese.


Durante o jejum, isso não acontece. Há uma redução nos níveis de insulina, e a mensagem para o corpo é de “liberar” os estoques de energia (lipólise), que serão usados como fonte de energia.


Lipólise leva à cetose, o que ajuda no emagrecimento

A liberação e o uso da gordura estocada como fonte de energia é o que caracteriza a cetose. Nesse processo, são produzidos corpos cetônicos, a partir da transformação de lipídios em glicose, pelo fígado.


É uma fonte de energia alternativa à glicose, que leva à queima de gordura em excesso e ao emagrecimento.


Só que esse benefício não é o único. O processo digestivo é um dos mais desgastantes para o corpo. Esse “descanso” para o organismo, além da redução da insulina, está associado à melhora de várias outras condições.


Como o jejum intermitente melhora a saúde


Os benefícios são progressivos, conforme a evolução da prática, após dias, semanas, meses e anos. Existem também tipos diferentes de jejum, dentro da evolução da prática.


As atividades metabólicas favorecidas são:

  • Aumento da autofagia (destruição e reciclagem de células mortas);

  • Aumento da biogênese mitocondrial, acelerando o metabolismo;

  • Melhora do perfil lipídico (colesterol e triglicérides)

  • Melhora da sensibilidade à insulina, do controle da curva glicêmica e redução do risco de diabetes;

  • Controle da hipertensão;

  • Maior produção do hormônio Glucagon, estimulando a lipólise e o emagrecimento;

  • Redução da gordura visceral e da circunferência abdominal;

  • Melhora do rendimento cognitivo e do estado de alerta;

  • Redução de radicais livres e do estresse oxidativo;

  • Melhora na modulação hormonal;

  • Redução da inflamação crônica subclínica;

  • Regeneração do sistema imunológico.


É claro que não basta fazer um dia ou uma semana de jejum, para se beneficiar com essas melhorias na saúde. Muitas delas fazem parte de um processo de meses e anos da estratégia.


Você passou anos cultivando maus hábitos, não vai ser de um dia para o outro que vai recuperar sua saúde. Mas investir progressivamente no jejum intermitente pode ser um caminho bastante válido!


Quais as doenças ele ajuda a prevenir

Com a melhora do metabolismo, do perfil glicêmico e lipídico, o risco para doenças crônicas diminui.


A prática ajuda a prevenir ou controlar:

  • Hipertensão arterial e doenças cardiovasculares;

  • Obesidade;

  • Diabetes;

  • Esteatose hepática (fígado gorduroso);

  • Doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Parkinson);

  • Sarcopenia;

  • Infecções.

Quem não deve praticar o jejum intermitente

O sucesso do jejum intermitente depende muito da qualidade das refeições na janela de alimentação. Nesse período, o corpo precisa receber os nutrientes necessários para sua nutrição e saciedade.


Então, quem já mantém uma dieta saudável, tem mais facilidade para começar. A orientação profissional é muito importante, principalmente para quem ainda segue uma alimentação desregrada.


O jejum demanda uma fase de adaptação. Algumas pessoas, se sentem fracas, têm dores de cabeça e outros sintomas ruins. O plano alimentar estratégico ajuda muito a controlar essas queixas iniciais.


De toda forma, o jejum intermitente não é indicado para todos. São algumas restrições:

  • Gestação;

  • Amamentação;

  • Crianças;

  • Diabetes, anemia, pressão alta ou baixa e insuficiência renal;

  • Transtornos alimentares ou peso abaixo do recomendado;

  • Alguns tipos de medicação controlada;

  • Alguns distúrbios psicológicos.

Se você tem interesse em começar o jejum intermitente, faça uma avaliação médica. Esse acompanhamento vai te ajudar a praticá-lo com segurança e maior eficácia.


Conte comigo!

Até a próxima!


Dra. Thaísa Bramusse


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