Como tratar endometriose? Conheça os tratamentos mais modernos
- Dra. Thaísa Bramusse
- há 16 minutos
- 3 min de leitura

Infelizmente, esse assunto nunca sai de moda… A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. De forma sucinta, ela ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio (camada interna do útero) cresce fora do útero, em locais como ovários, trompas, bexiga, intestino e cavidade abdominal. Esse tecido responde aos hormônios do ciclo menstrual, provocando inflamação, dor e, em alguns casos, infertilidade.
Sintomas mais comuns
Cólicas menstruais intensas;
Dor pélvica crônica;
Dor durante ou após a relação sexual;
Alterações intestinais e urinárias durante o ciclo;
Infertilidade;
Fadiga e mal-estar.
Nem todas as mulheres apresentam todos os sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico. E para piorar, muitas delas acreditam que esses incômodos “são normais” do ciclo menstrual...
Como tratar endometriose: as abordagens mais modernas
A primeira coisa que explico para minhas pacientes: o tratamento da endometriose deve ser individualizado, considerando a intensidade dos sintomas, a extensão e a localização das lesões e o desejo de engravidar. O que normalmente faz parte do tratamento da endometriose:
1. Alimentação anti-inflamatória
Uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios pode ajudar no controle da inflamação, dos sintomas e da progressão da doença. Entre os alimentos indicados estão:
Peixes ricos em ômega-3 (como salmão selvagem, atum, cavala e sardinha);
Vegetais crucíferos e verde-escuros, como brócolis, espinafre e couve;
Frutas vermelhas;
Gorduras saudáveis como castanhas, sementes, abacate e azeite de oliva extra virgem;
Temperos como alho, cebola, cúrcuma e gengibre;
Suplementação individualizada (antioxidantes e substâncias anti-inflamatórias).
Eu recomendo evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura trans, para controlar o ambiente pró-inflamatório no organismo.
2. Terapia hormonal sem anticoncepcionais
Embora os anticoncepcionais ainda sejam amplamente usados, eles não são a melhor escolha para tratar a endometriose atualmente. Há outras opções de controle hormonal para quem não pode ou não deseja utilizá-los:
Gestrinona: hormônio sintético com ação antiprogestagênica, androgênica e antiestrógena, que inibe o crescimento do endométrio ectópico, suprimindo os estímulos hormonais que alimentam a doença.
Progestágenos: hormônios sintéticos que ajudam a bloquear os efeitos do estrogênio sobre o tecido endometrial, reduzindo a dor, a inflamação, o fluxo menstrual e o crescimento das lesões.
Inibidores de aromatase: reduz a produção de estrogênio, ajudando a diminuir os sintomas como a dor e o crescimento das lesões.
DIU Mirena: a progesterona liberada ajuda a inibir o crescimento do tecido endometrial fora do útero. Ele pode ajudar a aliviar a dor pélvica, o sangramento intenso e as cólicas menstruais intensas.
Moduladores seletivos de receptores hormonais: estão sendo estudados para bloquear os efeitos do estrogênio no tecido endometriótico sem inibir completamente os hormônios femininos.
3. Cirurgias minimamente invasivas

A videolaparoscopia é o padrão ouro para o tratamento cirúrgico da endometriose. Ela é indicada principalmente em casos que não respondem ao tratamento clínico, quando há suspeita de endometriose profunda, infertilidade relacionada à doença ou comprometimento de órgãos como bexiga e intestino.
A cirurgia robótica é uma opção ainda mais avançada, com maior precisão em casos complexos ou lesões profundas.
Quando realizada por profissionais especializados, permite:
Remoção precisa das lesões;
Preservação dos órgãos e da fertilidade;
Recuperação mais rápida.
Por que tratar a endometriose é fundamental
Ignorar ou adiar o tratamento da endometriose pode trazer diversos riscos:
Piora progressiva da dor e dos sintomas;
Comprometimento da fertilidade;
Danos permanentes aos órgãos afetados;
Impacto na saúde emocional e na qualidade de vida.
Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, melhores são os resultados.
Conclusão
Tratar a endometriose exige uma abordagem multidisciplinar e individualizada. Alimentação adequada, terapias hormonais modernas e cirurgias minimamente invasivas estão entre as opções mais eficazes.
É muito importante que você busque o diagnóstico se sentir esses sintomas. Quanto antes o tratamento for iniciado, mais eficaz será o controle da progressão da doença e o alívio dos sintomas.
Se você suspeita de endometriose, não adie o cuidado com sua saúde. Procurar ajuda especializada é o primeiro passo para viver com mais conforto e bem-estar.
Conte comigo!
Um abraço,
Dra. Thaísa Bramusse
CRM 50.338
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