Reposição hormonal de estrogênio: 10 perguntas e respostas
- Dra. Thaísa Bramusse
- há 6 dias
- 4 min de leitura

A reposição hormonal de estrogênio é um dos temas mais discutidos nas minhas redes sociais e no meu consultório, quando o assunto é a saúde da mulher a partir dos 35 anos.
O estrogênio, produzido pelos ovários, participa de mais de 400 funções no organismo feminino. Com o passar do tempo, sua produção diminui, especialmente a partir da perimenopausa, afetando a qualidade de vida e aumentando o risco de diversas doenças.
Por isso, eu separei aqui as 10 perguntas feitas com maior frequência e tentei esclarecer de forma simples as dúvidas das mulheres! Confira se alguma delas é a sua também ;)
1. Quais são os sintomas do declínio de estrogênio?
Gente, os sintomas podem variar muito entre as mulheres. E também podem começar anos antes de a menopausa chegar. O que é mais comum sentir:
Fogachos (ondas de calor) e sudorese noturna;
Insônia e cansaço excessivo;
Irritabilidade, ansiedade e depressão;
Dificuldade de concentração e piora da memória;
Ganho de gordura abdominal e perda de massa muscular;
Diminuição da libido;
Secura vaginal e dor nas relações;
Névoa mental;
Dores articulares.
2. Quando o estrogênio começa a cair?
A queda geralmente se inicia na perimenopausa, que costuma ocorrer entre os 35 e 45 anos. Há mulheres que começam a sentir sintomas até 10 anos antes de a menopausa chegar. Lembrando que a menopausa é um marco, confirmada quando a mulher passa 12 meses consecutivos sem menstruar e entra, assim, na pós-menopausa.
3. O que é a reposição hormonal de estrogênio?
É uma terapia que consiste na administração de estrogênio para compensar a queda natural da produção na perimenopausa e no pós-menopausa. O objetivo é aliviar sintomas, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida.
Ela pode ser feita via comprimido, gel, adesivo, cremes, anel vaginal, aerosol (novo) e implantes hormonais.
Além disso, ela pode considerar estrogênio isolado ou estrogênio combinado com progesterona.
4. Quais os riscos da queda de estrogênio?
Como falei, o estrogênio participa de centenas de funções no organismo. A falta desse hormônio está relacionada não só aos sintomas que listei acima, mas aumenta o risco de:
Osteoporose;
Doenças cardiovasculares;
Diabetes tipo 2;
Alzheimer;
Sarcopenia (perda acentuada de massa muscular);
Incontinência urinária;
Depressão e transtornos do sono;
Ganho de gordura abdominal.
5. A reposição hormonal é segura?
Sim, desde que bem indicada por um especialista. Os hormônios bioidênticos e as vias de administração modernas (como os implantes) tornaram a reposição mais segura e eficaz, com menores riscos de efeitos colaterais.
Deve-se avaliar o histórico médico e familiar da mulher para identificar possíveis contraindicações.
6. Quem pode fazer reposição hormonal de estrogênio?
De maneira geral, mulheres com sintomas da perimenopausa ou pós-menopausa, sem histórico de câncer hormônio-dependente, trombose recente ou doenças hepáticas graves. De toda forma, a avaliação individual é essencial.
São contraindicações:
Histórico de câncer de mama, de estômago, de bexiga ou câncer endometrial;
Hemangioma;
Cirrose;
Trombose venosa profunda ou embolia pulmonar;
Doença hepática ativa;
Doença cardiovascular não controlada;
Sangramento vaginal sem causa definida;
Histórico de acidente vascular cerebral (AVC).
7. Quando fazer a reposição hormonal de estrogênio?
Muitas mulheres esperam que a menopausa se confirme para buscar tratamento, o que é não é a melhor opção. O ideal é começar a monitorar a saúde hormonal aos 40 anos ou quando os sinais começarem a aparecer. Dessa forma, podemos agir em tempo de controlá-los, para evitar danos à qualidade de vida da mulher.
A literatura médica considera a "janela de oportunidade" como o período ideal para iniciar a reposição hormonal - geralmente os primeiros 10 anos após a última menstruação ou antes dos 60 anos de idade.
Nesse período, os benefícios da terapia hormonal superariam os riscos, especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares e osteoporose. Porém, atualmente, cada caso está sendo avaliado individualmente, mesmo fora desse período, observando sempre os benefícios e riscos para a mulher.
8. Como é a reposição hormonal de estrogênio com implante?

O implante hormonal é considerado o método mais fisiológico, pois libera a dose certa de hormônio e de forma gradual. Ele evita a “montanha-russa” emocional que outros métodos podem produzir.
São usados hormônios isomoleculares, ou seja, com a estrutura química idêntica ao hormônio produzido pelo corpo.
Os implantes são introduzidos na área dos glúteos, sob a pele, com anestesia local, em ambiente de consultório ou ambulatorial. O procedimento leva menos de 10 minutos. A partir daí, um fluxo hormonal é liberado, gradualmente, na corrente sanguínea.
9. Qual a melhor forma de repor estrogênio?
Na verdade, não há uma única resposta para essa pergunta. A melhor reposição hormonal de estrogênio depende da condição de saúde da mulher, a presença ou não do útero, os sintomas da menopausa e outros fatores de risco. Além, é claro, das preferências da mulher.
Como mencionei, existem várias vias de administração e dosagens. O mais importante é avaliarmos como a mulher responde à via escolhida.
10. Quais os efeitos da reposição hormonal de estrogênio?
Vamos considerar aqui a reposição hormonal em geral, que pode ser uma combinação de hormônios (estrogênio e progesterona), conforme a individualidade da mulher.
São benefícios relatados:
Melhora da libido;
Diminuição da gordura corporal e maior facilidade em emagrecer;
Melhora da textura e da elasticidade da pele;
Redução da fadiga e aumento da energia e disposição;
Equilíbrio no humor – redução dos sentimentos de raiva, nervosismo e irritabilidade;
Alívio da ansiedade e da depressão;
Melhora do foco mental, raciocínio, concentração e memória;
Melhora da sensação de bem-estar geral e da qualidade de vida.
Conclusão
Apesar de essas serem as principais perguntas sobre a reposição hormonal de estrogênio, sei que esse tema gera muitas outras dúvidas. Sinta-se à vontade para me enviar sua pergunta aqui nos comentários! Terei prazer em esclarecer ;)
Um abraço,
Dra. Thaísa Bramusse
CRM 50.338
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