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  • Foto do escritorDra. Thaísa Bramusse

Declínio de estrogênio: 7 impactos na sua saúde e bem-estar


Esse é um post de esclarecimento para todas as mulheres. Mas, principalmente, para aquelas com mais de 35 anos. Vou falar sobre como o declínio de estrogênio, que começa no climatério, impacta na saúde e na qualidade de vida da mulher.


O estrogênio é produzido pelos ovários e, de maneira geral, a queda na produção começa nos anos que antecedem a menopausa, na chamada perimenopausa ou climatério. Essa fase pode durar anos e, comumente, começa por volta dos 40 anos (ou antes!).


Esse hormônio participa de mais de 400 funções no organismo. Então, você pode imaginar os inúmeros impactos na saúde da mulher, causados por esse declínio. Vou te explicar melhor, a seguir.

1. Acúmulo de gordura e perda de músculos

Uma das consequências do declínio de estrogênio (e de outros hormônios produzidos pelos ovários) é a piora na distribuição corporal da mulher.


Há um aumento no acúmulo de gordura e perda progressiva de massa muscular. E o pior, a gordura tende a acumular na região do abdômen, um fator de risco para doenças crônicas, como as cardiovasculares e o diabetes.


Quando a perda de músculos é acentuada, chamamos de sarcopenia. Essa condição coloca em risco a independência e o bem-estar da mulher. Pode haver perda de força, de equilíbrio, aumento das dores crônicas e piora da mobilidade.


A perda de massa muscular, somada à maior fragilidade óssea (também provocada pelo declínio de estrogênio) aumenta o risco de quedas e de fraturas.


Músculos contribuem ainda para a eficiência do metabolismo, ajudando na manutenção do peso e na prevenção do diabetes, por exemplo.


2. Declínio cognitivo

A queda do estrogênio está associada a uma piora da memória, da concentração e do raciocínio, sintomas conhecidos como “nevoeiro mental” (brain fog).


Muitos estudos apontam ainda um maior risco de demências, como o Alzheimer.


Estudos mostram que, a partir do climatério, o cérebro muda profundamente em cerca de 80% das mulheres.


Além do declínio de estrogênio, podemos considerar também uma piora da função mitocondrial. Isso prejudica o uso da glicose como combustível, comprometendo o desempenho das células cerebrais.


A ainda uma queda na produção de GABA (ácido gama-aminobutírico). Esse neurotransmissor desempenha um papel crucial nas sinapses e no controle da “superexcitação” no cérebro. Ele está associado a várias funções, como regulação do humor, controle da ansiedade, indução do sono e modulação da resposta ao estresse.


3. Depressão e ansiedade

As flutuações hormonais também provocam mudanças de humor. A irritabilidade se torna mais comum, junto com sentimentos melancólicos e depressivos, crises de ansiedade, sensação de falta de propósito e de vitalidade.


Infelizmente, muitas mulheres acabam recorrendo a medicações como ansiolíticos e antidepressivos, antes de uma investigação hormonal. Ou seja, poderíamos evitar o uso desses medicamentos, em muitos casos, com a reposição hormonal adequada.


Mais do que isso, controlar vários outros problemas sobre os quais essas medicações não têm efeito.


4. Risco de doenças

Como falei anteriormente, além dos transtornos mentais e emocionais causados pelo declínio de estrogênio, outros problemas podem surgir.


Há um aumento no risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, osteoporose, artrose, Alzheimer, infecções, incontinência urinária, entre outras condições crônicas.


5. Piora do sono e fadiga

Além do risco de doenças e dos distúrbios psicológicos, a mulher pode enfrentar ainda sintomas que impactam muito a sua qualidade de vida.


É muito comum que mulheres no climatério e na menopausa sofram com a insônia, a sudorese noturna e a piora na qualidade do sono reparador. Isso enfraquece a saúde emocional e física.


Há ainda sensação de fadiga e de falta de energia.


6. Piora da vida sexual

Uma das queixas mais frequentes é a piora na vida sexual. A queda de estrogênio está associada a:

  • Atrofia vaginal, levando a sintomas como secura, coceira e dor durante o sexo;

  • Diminuição da Libido e da satisfação com a relação sexual;

  • Flutuações de humor, fogachos, distúrbios do sono, depressão e fadiga, reduzindo a disposição para o sexo;

  • Piora da autoestima.


7. Fogachos

Os fogachos são ondas súbitas de calor intenso, que se propagam rapidamente pelo corpo, causando muito desconforto. Além do calor, os fogachos podem vir acompanhados de sudorese excessiva e aumento da temperatura corporal.


Esses episódios podem ocorrer a qualquer momento, impactando o sono, as atividades cotidianas e o bem-estar em geral.


Como lidar com o declínio de estrogênio

Muitas vezes, os sintomas associados ao declínio de estrogênio podem se confundir com outras alterações de saúde. Por isso é tão importante fazer uma avaliação hormonal.


Muitas pessoas ainda acham que a preocupação com a menopausa só começa quando a menstruação cessa ou quando os sintomas já existem. E isso é um erro, afinal, os sinais podem começar muitos anos antes.


E quanto antes detectada a alteração e iniciados os cuidados, menores serão os riscos de doenças crônicas e mais suave será a transição menopausal.


Hoje, existem inúmeras terapias que ajudam a preparar a mulher para a menopausa, incluindo a reposição hormonal.


A reposição hormonal


Muitas mulheres ainda estão presas a conceitos antigos, sobre os riscos da reposição hormonal. Mas as evidências científicas têm mostrado que, quando corretamente indicada, essa terapia traz inúmeros benefícios tanto no controle dos sintomas, quanto na prevenção de doenças crônicas.


Os hormônios utilizados também evoluíram muito, seja na formulação (já contamos com hormônios bioidênticos), seja na via de administração mais eficaz e segura.


É um tratamento que deve ser feito por especialista, levando em conta histórico médico e familiar da paciente e seus sintomas, sempre buscando uma reposição o mais fisiológica possível e de acordo com as carências específicas do organismo.


A expectativa atual é que a mulher viva 1/3 de sua vida na menopausa. E isso pode sim ser feito com qualidade, alegria e muita saúde!


Até a próxima!

Dra. Thaísa Bramusse


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