Esse texto é para esclarecer o que é o Canabidiol (CBD) e por que ele está cada vez mais em evidência como alternativa terapêutica. Sei que muita gente ainda se assusta pelo fato de sua origem ser a cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha.
Mas é importante entender a diferença! Vamos lá:
O que é o canabidiol (CBD)?
O canabidiol é um canabinoide, uma substância extraída da cannabis. Já foram identificados inúmeros tipos de canabinoides, sendo o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) os mais conhecidos.
E esse é um ponto importante. O CBD e o THC têm uma diferença fundamental: o CDB não possui ação psicoativa, como o THC. Ele exerce efeitos farmacológicos benéficos, com aplicação anti-inflamatória, analgésica, antioxidante, ansiolítica e neuroprotetora, por exemplo.
Ou seja, aquele efeito “recreativo e psicoativo” da maconha não acontece em quem usa CBD.
Como o canabidiol (CBD) age no corpo?
Há poucas décadas, foi descoberto um sistema no organismo, denominado sistema endocanabinoide. Ele é formado por receptores canabinoides, por endocanabinoides produzidos pelo próprio corpo, enzimas metabolizantes e transportador membranar.
Os cientistas descobriram que esses receptores estão presentes principalmente nos sistemas nervoso central, gastrointestinal e imunológico. E o desequilíbrio desses receptores pode estar associado a várias patologias.
Receptores canabinoides
Os receptores canabinoides são classificados em CB1 e CB2.
Os receptores CB1 estão localizados principalmente no sistema nervoso central e periférico. Eles influenciam na ação de neurotransmissores essenciais para a saúde mental, como GABA, glutamato, noradrenalina, serotonina e dopamina.
Sua ação pode influenciar na cognição, nas habilidades motoras, na saciedade, no sono, saúde cerebral e regulação hormonal.
Os receptores CB2 são encontrados principalmente no sistema imunológico, sistema nervoso central e no tecido hematopoiético. Sua incidência é maior na presença de dor crônica, em resposta à neuroinflamação e à hipóxia cerebral.
Os fitocanabinoides, como o CBD, são capazes de se conectar a esses receptores canabinoides, contribuindo para o tratamento dessas condições.
Para que o canabidiol é indicado?
Os estudos são constantes e muito promissores. Já há evidências científicas de que o CBD pode ser usado para o tratamento de transtornos mentais, de dores e de inflamação.
São indicações de uso:
Doenças neurológicas graves
Dores leves e crônicas
Esclerose múltipla e fibromialgia
Enxaqueca
Autismo
Epilepsia
Dores oncológicas
Ansiedade
Síndrome de Burnout
Depressão
Dependência química
Inflamação por atividade física
Já existem também cosméticos produzidos à base de CBD.
Como tomar canabidiol (CBD)?
O CBD é administrado via oral, por meio de óleo, cápsulas, spray e creme tópico. O metabolismo é feito pelo fígado e pelo intestino.
A prescrição deve ser feita pelo médico. Produtos produzidos no Brasil podem ser comprados em farmácias, desde 2019. Se o medicamento for importado, é necessário pedir autorização de importação no site da Anvisa.
Em outubro (2022) o CFM publicou resolução que restringia o uso do CBD, mas a revogou poucos dias depois. Isso porque várias entidades médicas se manifestaram, apontando a comprovação científica dos benefícios em vários tratamentos, inclusive, endossados pelo SUS.
Além de revogar a resolução, o CFM abriu uma consulta pública para ouvir a população.
Já prescrevo o canabidiol (CBD) no consultório, e tenho tido importantes resultados com meus pacientes.
Se você quiser saber mais sobre as indicações, me mande uma mensagem!
Até a próxima!
Dra. Thaísa Bramusse
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