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Como emagrecer após os 40 sem efeito sanfona

  • Foto do escritor: Dra. Thaísa Bramusse
    Dra. Thaísa Bramusse
  • há 6 horas
  • 5 min de leitura
mulher frustrada escorada sobre a mesa de refeição, olhando para um prato com poucas folhas de salada e tomatinhos.

Se você passou dos 40 e sente que emagrecer ficou mais difícil, não está imaginando coisas. Seu corpo realmente mudou e ignorar essa realidade é o caminho certo para o efeito sanfona. Apesar de tudo (rs), eu tenho uma boa notícia: entender essas mudanças e ajustar sua estratégia pode fazer toda a diferença entre resultados frustrantes e uma transformação duradoura.


Neste artigo, vou te contar como emagrecer após os 40 sem efeito sanfona, compreendendo as alterações hormonais e metabólicas que acontecem nessa fase e, principalmente, quais estratégias realmente funcionam para perder peso e mantê-lo.

Vamos lá?


Por que emagrecer após os 40 é mais difícil?

A resposta está na biologia. Após os 40 anos, o corpo feminino passa por mudanças profundas que impactam diretamente o metabolismo, a composição corporal e a capacidade de perder peso.


1. Queda hormonal progressiva

Essa é a primeira delas e talvez a mais impactante… A partir dos 35-40 anos, os níveis de estrogênio, progesterona e testosterona começam a declinar gradualmente. Esse processo se intensifica quando nos aproximamos da menopausa, que é um marco, quando a mulher completa 12 meses sem menstruar.


O que isso causa?

  • Redistribuição de gordura corporal (mais acúmulo abdominal);

  • Redução da massa magra (músculo);

  • Metabolismo mais lento;

  • Maior resistência à insulina;

  • Aumento da retenção hídrica.


2. Perda de massa muscular (sarcopenia)

A partir dos 30 anos, começamos a perder massa muscular progressivamente e esse processo acelera após os 40. Como o músculo é metabolicamente ativo, menos músculo significa menos calorias queimadas em repouso.


3. Alterações na sensibilidade à insulina

Com o envelhecimento e as mudanças hormonais, as células se tornam menos responsivas à insulina. Isso dificulta o controle glicêmico, favorece o acúmulo de gordura abdominal e aumenta a sensação de fome.


4. Metabolismo basal reduzido

Seu corpo simplesmente gasta menos energia do que gastava aos 25 anos. Estima-se uma redução de 2% a 5% no metabolismo basal a cada década, após os 30 anos.


E lembrando que, o metabolismo também é impactado pela redução de massa muscular (entende agora porque eu insisto que academia é indispensável?).


5. Fatores do estilo de vida

Rotinas mais sedentárias, sono de menor qualidade, estresse crônico, responsabilidades acumuladas e menos tempo para autocuidado completam o cenário desafiador.


A combinação de todos esses fatores explica por que aquela dieta que funcionava aos 30 simplesmente não funciona mais aos 40.


O que é o efeito sanfona e por que ele é tão comum após os 40?

O efeito sanfona acontece quando você perde peso rapidamente, mas recupera tudo (e às vezes mais) logo depois.


Por que isso acontece com tanta frequência nessa fase?

  • Dietas muito restritivas reduzem ainda mais o metabolismo já lento;

  • Perda de massa magra durante o emagrecimento inadequado;

  • Fome hormonal desregulada após privações severas;

  • Falta de sustentabilidade das estratégias adotadas;

  • Ausência de reequilíbrio hormonal quando necessário.


Cada ciclo do efeito sanfona torna o próximo emagrecimento mais difícil e prejudica a saúde metabólica a longo prazo.


Estratégias que funcionam: como emagrecer após os 40 sem efeito sanfona

Agora que você entende por que é mais difícil, vamos ao que realmente importa: o que fazer.


1. Treinamento de força é inegociável

mulher com roupa de ginástica elevando peso com um braço

Já disse logo acima e repito: se você ainda acha que exercício aeróbico é suficiente, precisa atualizar essa informação.


Treino de força é a estratégia mais eficaz para:

  • Preservar e aumentar massa muscular;

  • Elevar o metabolismo basal;

  • Melhorar sensibilidade à insulina;

  • Reduzir gordura visceral.


Idealmente, 2 a 4 sessões semanais de treino de força, complementadas por atividades aeróbicas moderadas.


2. Proteína em todas as refeições

A ingestão adequada de proteínas (1,2 a 1,6g por kg de peso corporal) é fundamental para:

  • Preservar massa magra durante o emagrecimento;

  • Aumentar a saciedade;

  • Elevar o gasto energético (efeito térmico dos alimentos).


Inclua fontes de proteína de qualidade: ovos, carnes magras, aves, peixes, laticínios, leguminosas.


3. Controle de carboidratos, não eliminação

Dietas muito restritivas em carboidratos podem funcionar no curto prazo, mas frequentemente levam ao efeito sanfona.


A abordagem mais sustentável:

  • Priorize carboidratos complexos (integrais, tubérculos, leguminosas);

  • Evite ultraprocessados e açúcares refinados;

  • Ajuste a quantidade conforme seu nível de atividade física.


4. Reposição hormonal quando indicada

Para mulheres na perimenopausa ou menopausa, a terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser uma aliada poderosa quando bem indicada.


Benefícios comprovados:

  • Melhora da composição corporal;

  • Redução do acúmulo de gordura abdominal;

  • Preservação de massa muscular;

  • Melhora do sono e do humor;

  • Controle das ondas de calor;

  • Melhora da ansiedade e da depressão.


Importante: a reposição hormonal deve ser individualizada, prescrita por médico especializado e acompanhada de perto. Não é para todas as mulheres, e os riscos e benefícios devem ser avaliados criteriosamente.


5. Canetas para emagrecer: uma ferramenta estratégica

Medicações como liraglutida (Olire), semaglutida (Ozempic/Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro) têm mostrado resultados expressivos em mulheres acima de 40 anos.


Como elas ajudam:

  • Reduzem significativamente a fome e o "barulho mental" por comida;

  • Melhoram o controle glicêmico;

  • Facilitam a adesão a mudanças alimentares;

  • Auxiliam na manutenção do peso perdido quando usadas adequadamente.


Estudos recentes mostram que essas medicações podem ser úteis não só para perder peso, mas para mantê-lo, quebrando o ciclo do efeito sanfona. Em alguns casos, são recomendadas doses de manutenção, ajudando a paciente a manter o peso adequado.


Lembrando que essas medicações exigem prescrição médica, acompanhamento rigoroso e devem fazer parte de um plano completo, que inclua alimentação, suplementação (se necessário) e exercícios.


6. Sono de qualidade não é luxo

Dormir mal aumenta o cortisol, desregula leptina e grelina (hormônios da fome e saciedade) e sabota qualquer estratégia de emagrecimento.


Crie esta meta: 7 a 9 horas de sono de qualidade por noite.


7. Gerenciamento do estresse

Cortisol cronicamente elevado favorece acúmulo de gordura abdominal, aumenta compulsão alimentar e prejudica o metabolismo.


São estratégias eficazes: meditação, yoga, terapia, atividades prazerosas, tempo de qualidade com pessoas queridas.


Como manter o peso perdido: a parte mais importante

Perder peso é difícil. Manter o peso perdido é ainda mais difícil, especialmente após os 40.

O que eu recomendo:


1. Não faça dieta, mude o estilo de vida

Dietas temporárias geram resultados temporários. Mudanças sustentáveis geram resultados duradouros.


Pergunte-se: "Consigo comer assim para o resto da vida?" Se a resposta for não, você está no caminho errado.


2. Preserve massa muscular a todo custo

Continue treinando força mesmo após atingir seu peso-alvo. Músculo é seu maior aliado metabólico.


3. Monitore-se regularmente

Pese-se semanalmente (não diariamente, para evitar flutuações normais). Se ganhar 2-3kg, ajuste as estratégias imediatamente, não espere virar 10kg.


4. Mantenha o suporte profissional

Nutricionista, médico, psicólogo, preparador físico: o acompanhamento não termina quando você atinge a meta.


5. Use medicação de manutenção quando indicado

Estudos mostram que o uso prolongado de agonistas de GLP-1 em doses de manutenção (menores que as usadas para perda ativa) reduz significativamente a recuperação de peso.


Para mulheres com histórico de múltiplas tentativas frustradas e efeito sanfona, essa pode ser uma estratégia médica válida.


6. Continue a reposição hormonal se indicada

Interromper abruptamente a TRH pode levar à recuperação de peso. A manutenção deve ser decidida junto ao seu médico.


7. Flexibilidade consciente

Você não precisa ser perfeito 100% do tempo. Mas precisa ser consciente e estratégico nas suas escolhas.


O que eu gostaria que você soubesse

Emagrecer após os 40 sem efeito sanfona não é impossível, mas exige mais do que força de vontade.


Exige entender seu corpo, respeitar suas mudanças hormonais, buscar ajuda médica qualificada quando necessário e, principalmente, adotar uma abordagem individualizada.


As estratégias que funcionavam aos 25 não funcionarão mais. E tudo bem. Isso não significa que você falhou, significa que você precisa de um plano adequado à sua realidade biológica atual.


Seu corpo mudou. Sua abordagem precisa mudar também.


Procure um médico que entenda de saúde hormonal e metabólica feminina. Monte um plano realista, sustentável e baseado em evidências. E lembre-se: você não está lutando contra seu corpo, está aprendendo a trabalhar com ele.


Conte comigo!

Um abraço, 

Dra. Thaísa Bramusse

CRM 50.338

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