Olire*: como funciona a caneta brasileira para obesidade
- Dra. Thaísa Bramusse

- há 6 dias
- 5 min de leitura
*Este post é informativo e não tem nenhum interesse comercial.

A chegada da caneta brasileira para tratamento da obesidade tem despertado interesse e muitas dúvidas. Afinal, o que é o Olire, como ele age no organismo e quem pode se beneficiar dessa caneta brasileira para emagrecer?
Neste artigo, eu vou explicar o que você precisa saber sobre essa medicação, suas vantagens e desvantagens e como utilizá-la de forma segura e eficaz.
O que é o Olire?
O Olire é um medicamento injetável desenvolvido e fabricado no Brasil pela EMS Pharma, aprovado pela Anvisa em 2024 para o tratamento da obesidade e do sobrepeso associado a comorbidades.
O princípio ativo é a liraglutida, a mesma molécula presente em medicamentos internacionais já conhecidos, como o Victoza e o Saxenda.
A caneta brasileira para obesidade chega ao mercado como uma opção mais acessível, mantendo eficácia relevante no emagrecimento, comprovada por estudos clínicos internacionais. Isso representa uma alternativa importante para milhões de brasileiros que enfrentam dificuldades no controle de peso.
Como funciona a liraglutida no organismo?
A liraglutida é um agonista do receptor de GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1). Mas o que isso significa na prática?
O GLP-1 é um hormônio naturalmente produzido pelo intestino após as refeições. Ele atua em diferentes sistemas do corpo, promovendo:
Aumento da saciedade: a liraglutida age no cérebro, especialmente no hipotálamo, reduzindo a fome e aumentando a sensação de satisfação após comer;
Retardo no esvaziamento gástrico: o estômago demora mais tempo para esvaziar, prolongando a sensação de saciedade;
Controle glicêmico: estimula a liberação de insulina e o controle do açúcar no sangue;
Diminuição do "food noise": muitos pacientes relatam redução significativa dos pensamentos obsessivos sobre comida, aquela voz mental que insiste em querer comer mesmo sem fome real.
Esses mecanismos combinados fazem da caneta brasileira para emagrecer uma ferramenta eficaz no tratamento da obesidade. Mas não é um tratamento isolado. Vamos entender melhor como funciona.
Quem pode usar o Olire?
O Olire está indicado para adultos com:
IMC ≥ 30 kg/m² (obesidade), ou
IMC ≥ 27 kg/m² (sobrepeso) associado a pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia do sono.
A medicação deve ser prescrita por um médico, após avaliação clínica completa que inclua histórico de saúde, exames laboratoriais e análise individualizada de riscos e benefícios.
Contraindicações e cuidados
Apesar de segura para a maioria das pessoas, a caneta brasileira para obesidade possui algumas contraindicações importantes:
História pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide;
Neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (NEM-2);
Pancreatite aguda ou crônica;
Gravidez e amamentação;
Hipersensibilidade à liraglutida ou a qualquer componente da fórmula.
Além disso, pacientes com histórico de doença renal, gastroparesia ou uso concomitante de insulina devem ser avaliados com cautela. Por isso, como eu sempre digo, o acompanhamento médico rigoroso é indispensável durante todo o tratamento.
Como deve ser o acompanhamento médico?

Aí está o grande segredo do sucesso do tratamento com o Olire. Ele depende de muito mais do que apenas aplicar a injeção. A caneta não faz milagre sozinha, e aqui está um dos pontos mais importantes que você precisa entender.
O acompanhamento médico é indispensável e deve incluir:
1. Avaliação inicial completa
Vamos avaliar seu organismo com exames laboratoriais (glicemia, perfil lipídico, função renal, hormônios tireoidianos), identificar comorbidades e potenciais riscos. Vamos traçar metas, respeitando sua individualidade.
2. Ajuste individualizado de dose
A dose inicial geralmente é de 0,6 mg ao dia, com aumento gradual semanal até atingir a dose terapêutica de 3,0 mg/dia. Esse escalonamento reduz significativamente os efeitos colaterais.
Além disso, permite que avaliemos como está a sua evolução e possamos fazer ajustes, se necessários.
3. Reeducação alimentar
A liraglutida reduz a fome, mas não ensina o corpo a escolher alimentos saudáveis. O trabalho nutricional é fundamental para resultados duradouros.
Eu sempre pergunto aos meus pacientes “você quer tomar remédio para sempre?”. O nosso objetivo é que o remédio seja um apoio, para que o paciente consiga bater metas importantes de emagrecimento, mas, principalmente, consiga construir novos hábitos alimentares. Pois são eles que tornarão os resultados duradouros.
4. Atividade física regular
Outro ponto importantíssimo: exercícios preservam massa magra durante o emagrecimento, melhoram a sensibilidade à insulina e potencializam os resultados. Outro objetivo do tratamento é que o paciente elimine um alto percentual de gordura e o mínimo possível de músculos.
Além disso, a ciência mostra que pessoas que conseguem incorporar exercícios físicos no estilo de vida têm maior facilidade em manter o peso, após emagrecer.
5. Suporte emocional
Muitos pacientes com obesidade apresentam relação emocional complexa com a comida. Precisamos identificar transtornos alimentares, comportamentais e o tipo de fome da pessoa. Isso é um passo determinante para o sucesso do tratamento. Ou seja, o acompanhamento psicológico pode ser decisivo.
6. Monitoramento contínuo
Consultas regulares permitem ajustar doses, identificar efeitos colaterais precocemente e motivar a continuidade do tratamento.
Aqui no Instituto Bramusse, cada paciente é acompanhado de perto, pois sabemos que o caminho do emagrecimento não é linear. Desafios e dificuldades surgem e precisamos adequar as estratégias para garantir maior consistência e adesão ao protocolo.
Doutora, Olire é melhor do que Ozempic e Mounjaro?
Esta é uma das perguntas mais frequentes e a resposta honesta é: depende do seu caso.
Vamos aos fatos: o Olire (liraglutida) promove perda de 5% a 10% do peso corporal, enquanto a semaglutida (Ozempic) alcança 12% a 15% e a tirzepatida (Mounjaro) entre 15% a 22,5% (alguns pacientes, até mais!).
Em termos de potencial de emagrecimento, semaglutida (Ozempic) e tirzepatida (Mounjaro) são mais potentes. Mas "mais potente" pode não significar "melhor para você".
Isso porque o Olire se destaca pelo custo significativamente menor e maior disponibilidade nacional. Por mais que os resultados não sejam semelhantes ao do Mounjaro, perder 5% a 10% do peso já traz benefícios metabólicos importantes para a saúde.
Para muitos pacientes, a diferença entre continuar o tratamento de forma sustentável ou abandoná-lo por questões financeiras está justamente no custo mensal da medicação.
Qual a vantagem da caneta brasileira para obesidade?
A grande vantagem do Olire é o custo reduzido se comparado às canetas importadas, como a semaglutida (Ozempic) e a tirzepatida (Mounjaro).
Podemos mencionar também o fato de ter sua produção 100% nacional, o que fortalece a indústria farmacêutica brasileira e reduz a dependência de importações, garantindo maior disponibilidade do produto.
Efeitos colaterais: o que esperar?
Olire pode causar efeitos adversos, especialmente no início do tratamento. São aqueles sintomas típicos e já conhecidos das canetas para emagrecer importadas.
Os mais comuns são gastrointestinais:
Náuseas (geralmente leves e transitórias);
Vômitos;
Diarreia;
Constipação;
Dor abdominal.
Esses sintomas tendem a diminuir com o tempo e podem ser minimizados com o escalonamento gradual da dose e ajustes na alimentação.
Efeitos mais raros, mas que exigem atenção médica imediata, incluem dor abdominal intensa persistente (possível pancreatite), alterações na tireoide e reações alérgicas.
A verdade que você precisa ouvir
A caneta brasileira para emagrecer é uma ferramenta poderosa, mas não é mágica. Ela não substitui compromisso com mudanças de estilo de vida, não funciona sozinha e não é indicada para quem busca emagrecimento estético rápido e sem necessidade clínica.
O Olire é a ciência trabalhando a favor de quem realmente precisa: pessoas com obesidade ou sobrepeso que enfrentam riscos à saúde e que, mesmo com esforços genuínos, não conseguem resultados sustentáveis apenas com dieta e exercício.
Eu sempre recomendo avaliar riscos, benefícios e ter expectativas realistas. E lembre-se: o medicamento abre a porta, mas quem atravessa é você, com suas escolhas diárias, sua disciplina e seu compromisso com uma vida mais saudável.
Procure um médico especializado. Sua saúde merece o melhor tratamento!
Conte comigo!
Um abraço,
Dra. Thaísa Bramusse
CRM 50.338






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