A sua composição corporal é definida por todos os componentes que formam sua massa corpórea. Quando o foco é emagrecimento, hipertrofia e manutenção do peso saudável, podemos determinar os músculos, os ossos, a água e a gordura como os principais elementos a serem considerados.
Cada pessoa possui um percentual desses elementos no corpo. É isso que pode diferenciar tanto a saúde e a boa forma de indivíduos com a mesma altura e o mesmo peso, mas com composição corporal bem diferente.
Vamos por partes para você entender direitinho!
Por que não confiar no IMC para avaliar a composição corporal
O Índice de Massa Corporal (IMC) é um parâmetro muito utilizado para avaliar se um indivíduo está com sobrepeso ou obeso, por exemplo. Ele é obtido a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado (peso : altura²).
Por exemplo, uma pessoa com 1,70 m e 60 kg, tem IMC igual a 20,76. É considerado normal, IMC entre 18,5 e 24,9.
Entre 25 e 29,9, é considerado sobrepeso (obesidade grau I);
Entre 30 e 39,9 é considerado obesidade grau II;
Acima de 40 é considerado obesidade grave, grau III.
O IMC não é 100% confiável
Pessoas com o mesmo peso e mesma altura podem ter biotipos e composição corporal diferente, e isso torna o índice impreciso para avaliar a saúde e se há sobrepeso.
Esse exemplo esclarece isso:
Um atleta de luta, pesando 100 kg e medindo 1,80 m pode ter as mesmas medidas de um adulto sedentário, que fica o dia todo no escritório. O IMC de ambos será o mesmo, mas a saúde e a forma física… Totalmente diferentes!
Ou seja, o IMC é insuficiente para determinar os percentuais de gordura e de músculos do indivíduo. E isso é fundamental, pois pessoas com alto percentual de gordura estão mais sujeitas a doenças crônicas, como a hipertensão, a dislipidemia, o diabetes, a apneia do sono, entre outras.
Por que a balança não é 100% confiável
Da mesma forma, a balança é uma referência a ser usada com cautela. Músculos são mais densos e pesados do que a gordura, então você pode perder medidas, mas continuar com o mesmo peso (mesmo número na balança).
Nas consultas de acompanhamento, no consultório, é frequente os pacientes apresentarem o mesmo peso da avaliação anterior, porém um relevante aumento da massa muscular e redução da gordura corporal. Isso sim significa emagrecimento saudável.
Quando você perde peso rapidamente, sem orientação adequada e por meio de dietas restritivas, é comum que essa redução seja, na verdade, perda de água e de músculos. Isso não é saudável e nem sustentável em longo prazo.
Por que se preocupar com a composição corporal
Pessoas com alto percentual de gordura corporal podem sofrer com a chamada obesidade sarcopênica. Nessa condição, o indivíduo apresenta IMC normal e pode se achar magro, mas possui elevado percentual de gordura corporal e baixa porcentagem de massa magra (músculos).
Essas pessoas são chamadas “falsas magras” e podem sofrer com os mesmos riscos cardiovasculares e de outras doenças crônicas associadas aos obesos.
Sabe aquela pessoa que parece magra, mas sofre com gordura localizada, principalmente abdominal? Ela é uma séria candidata à obesidade sarcopênica.
Composição corporal influencia no emagrecimento
Há ainda a questão do emagrecimento. Quanto maior o percentual de músculos, mais acelerado será o metabolismo e mais energia será demandada para manter suas funções vitais (metabolismo basal). Ou seja, maior será o gasto calórico.
Por isso atualmente se valoriza tanto exercícios de força (musculação) no processo de emagrecimento. Músculos são um sinal de saúde e aliados do emagrecimento, não somente um capricho estético.
Como avaliar a composição corporal
Existem algumas formas de avaliar a composição corporal e o risco aumentado para doenças cardiovasculares e o diabetes, por exemplo.
Circunferência abdominal
É a medida da circunferência da cintura, que avalia a quantidade de gordura visceral.
Mulheres devem apresentar diâmetro inferior a 80 cm e homens, 94 cm.
Alto percentual de gordura visceral está associado à síndrome metabólica, condição que eleva o risco de hipertensão, diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares.
A relação cintura x quadril também é um parâmetro usado para avaliar o risco aumentado para essas doenças.
Divide-se o diâmetro da cintura pelo diâmetro do quadril. Mulheres devem apresentar valor inferior a 0,85 e homens, inferior a 0,90.
Medição de dobras cutâneas
Para essa aferição é usado um aparelho chamado adipômetro. Ele parece uma pinça, que comprime levemente pontos específicos do corpo, como tríceps, abdômen, coxas, região subescapular etc. Por meio de cálculos matemáticos, é indicada a porcentagem de gordura corporal.
Bioimpedância
Esse é o método que utilizo no consultório, pela sua precisão e abrangência de aspectos avaliados.
O aparelho é semelhante a uma balança, com hastes para segurar com os braços. Ele emite uma corrente elétrica (você não sente nada!), que transita pelo corpo e consegue determinar a quantidade de músculos, água, gordura e ossos.
É possível avaliar:
O percentual de gordura corporal, de massa muscular, de massa óssea e de água;
O peso total em relação ao peso de gordura;
A taxa metabólica basal;
O Índice de Massa Corporal (IMC);
O percentual de gordura visceral e de membros.
Essa é uma avaliação muito mais detalhada e precisa do organismo do que o IMC ou o peso corporal. Associada à avaliação clínica e a exames complementares, ela permite criar protocolos individualizados, conforme a necessidade e o desejo do paciente.
Você já fez uma avaliação da sua composição corporal? Se deseja emagrecer, é sedentário, quer melhorar a performance esportiva, entrar em forma ou cuidar com carinho da saúde, faça esse exame.
Estou à disposição para esclarecer dúvidas! Envie sua pergunta nos comentários.
Um abraço e até a próxima!
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